quarta-feira, 5 de março de 2008

Desabafo (Maria Madalena)


É mais fácil calar o que não se entende.

Ir contra os padrões? Assumir riscos? Não. Sigamos o comum, nademos conforme a maré.

Silencie a mulher, não permita que ela fale.

Melhor, distorçamos sua história, transformemos sua vida num romance, que ela se torne uma personagem menor, para que seu pecado se evidencie e não suas obras.

Cale-se! Ponha-se no seu lugar. Sexo frágil, inferior, uma coitada.



Não! Este não é o meu lugar. Conheço meus defeitos, não acrescente nada às minhas sinas. Não sou uma coitada, sou uma guerreira, que com minhas próprias forças, conquistei meu espaço.

Sou mulher, não sou frágil, enfrento o tempo todo a maré contrária;

Não sou inferior, fui escolhida como líder, como general das guerras que travo, todos os dias.

Não vou me calar. Sou anunciadora da verdade, proclamadora da justiça.


Sou uma serva de Deus/Deusa, só me curvo diante de Sua presença. Mas diante da vida eu me ergo, me posiciono e faço com que ouçam a minha voz.


Sou mulher e não me calo.